Uma ‘agenda’ de 258 M € para reforçar as duas rodas
ABIMOTA deu a conhecer planos de reforço do setor
Profundamente empenhada em dar as condições ideais a todos os associados para permitir o reforço do crescimento continuado do setor das duas rodas, a ABIMOTA apresentou a Agenda Mobilizadora para a Inovação Empresarial do Setor das Duas Rodas (AM2R). Um projeto integrado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), liderado pela Polisport e integrando 34 empresas do setor, quatro instituições académicas (INEGI, Universidades de Aveiro e Coimbra, INEGI e PIEP – Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros) e uma associação (ABIMOTA).
Esta é uma niciativa com que se pretende reforçar a posição de liderança de Portugal como o maior produtor europeu de bicicletas, com uma produção anual de 2,7 milhões de unidades e geradora de mais de 8000 postos de trabalho. Importância económica a nível nacional e internacional que contou com o importante contributo do Portugal Bike Value no sentido de consolidar a posição de destaque no setor das duas rodas.
A AM2R congregou 64 projetos do sector, num total de investimento previsto superior a 258 milhões de euros, divididos em projetos de Inovação Produtiva (27 estudos com valor previsto de 173,7 M €) de Investigação e Desenvolvimento (24 projetos e 72 M €), de Qualificação e Internacionalização (dez projetos e 12,3 M €) e Formação (três projetos e 0,1
M €). Valores que serão comparticipados por verbas do PRR em percentagem diferenciada consoante a tipologia dos projetos, sendo o restante uma obrigação das próprias empresas, naquele que será um importante esforço financeiro.
Para Pedro Araújo, CEO da Polisport e Coordenador da Agenda, “depois de três meses de grande trabalho para a ABIMOTA e para todos os intervenientes no processo, foi conculida com exito a primeira fase do projecto, com a submissão da candidatura. Estamos agora a aguardar a análise das entidades e eventuais alterações a introduzir."
O Vice-presidente da Direção da ABIMOTA com a responsabilidade das Duas Rodas e líder deste projeto sublinha a importância da AM2R, que considera “fundamental para conseguir que Portugal continue a ser o líder no setor das duas rodas, procurando reforçar essa posição, porque não pode ser apenas líder passivo. Até porque há muitos outros países que querem criar condições para que o setor tenha uma importância crescente e conquistar essa fatia de mercado. É um momento único e decisivo para o sector, para o país e é a altura das empresas se desenvolverem de forma harmoniosa”.
Numa altura em que a descarbonização e a mobilidade suave são palavras-chave, as duas rodas devem reforçar o papel fundamental nesta nova realidade. Por isso, este projeto pretende também ser um contributo para recuperar a industrialização da Europa, defendendo valores de inovação, economia circular, digitalização, internacionalização, formação e certificação.
Centro de Interface Tecnológico é projeto primordial
Mas a ação da ABIMOTA no desenvolvimento da indústria das duas rodas não fica por aqui e um dos projetos englobado nesta agenda passa pela criação de um Centro de Interface Tecnológico (CIT) especificamente pensado para o setor. Será o Centro Partilhado de Desenvolvimento Industrial das Duas Rodas e segundo o Secretário-geral da ABIMOTA, Gil Nadais, “é destinado a dar condições às empresas para poderem inovar e desenvolver os seus produtos de forma adequada, tratando-se de um dos pontos fundamentais deste projeto e um investimento muito forte dentro da agenda”.
Projeto multifuncional que visa responder a diferentes exigências do setor e que tem como ambição “ser par com o que melhor existe a nível mundial no universo das bicicletas em termos de investigação e desenvolvimento, conjugando e desenvolvendo, de forma interna, as capacidades já existentes em Portugal. A aposta passa por produzir bicicletas, mas também componentes da melhor qualidade e, para isso, são necessárias fábricas modernas e competitivas bem como laboratórios que permitam criar, desenvolver e testar as melhores soluções e tecnologias”.
Um projeto com execução previsível no prazo de ano e meio a dois anos, que deverá ser atentamente observado pelo Governo ou não se tratasse de uma indústria que, mesmo durante a recente crise sanitária e económica, continuou a desenvolvr-se com taxas de exportação superiores a 30% e que tem pela frente, segundo os mais recentes estudos e projeções, “uma década para continuar a crescer e a captar investimento estrangeiro”.
Beneficiar e promover o conhecimento académico, através da ligação a universidades e outros centros de saber, e fazê-lo chegar o mais rapidamente à indústria é a meta deste CIT. Centro que servirá de alavanca para as empresas, ajudando a aprofundar o conhecimento e as suas competências industriais.
Será mais um trunfo importante num “setor apostado em continuar a investir para reforçar o posicionamento de líder, um setor que é crítico em termos mundiais e é olhado como uma área a impulsionar. Por isso está na altura de olhar para o setor com olhos de ver” remata Gil Nadais.
A ABIMOTA divulgou na quarta-feira,dia 13 de Outubro, "Uma ‘agenda’ de 258 M € para reforçar as duas rodas". Na imagem, da esquerda para a direita: Gil Nadais, Secretário-Geral da ABIMOTA; João Miranda, Presidente da ABIMOTA; Pedro Araújo, Vice-Presidente da ABIMOTA para a área das duas rodas.